07/06/2022 | 16:28 | Sou Agro
Novo defensivo age como uma vacina contra cigarrinha do milho
Sou Agro
A gente tem acompanhado que a cigarrinha do milho está tirando o sono dos produtores rurais. A praga gerou muitas perdas nas lavouras e por isso, está na lista de principais preocupações na agricultura. Foi justamente por isso que o Mapa aprovou um novo defensivo contra a cigarrinha. De acordo com a chefe da Divisão de Registro de Produtos Formulados do Ministério da Agricultura,  Tatiane Nascimento, o novo herbicida vai funcionar como uma espécie de vacina contra a praga.

“Esse produto que foi registrado agora é mais uma alternativa biológica pra gente poder tentar combater a cigarrinha do milho. E ele não não tem a função de matar a cigarrinha, mas ele funciona provocando uma resistência à planta e com isso a planta vai conseguir se defender melhor contra os ataques da cigarrinha. Seria mais ou menos como se fosse quase que uma vacina, em que você  não vai estar matando o inseto, porém você faz com que a planta produza algumas substâncias e essas substâncias que ela produz fazem com que ela se torne resistente aquela praga. A  gente tem visto que esse foi o primeiro assim que ele invoca a resistência a cigarrinha do milho e outros eles tem a função de fato combater a cigarrinha mesmo. E a gente sabe que o problema maior dos produtores não é de fato só o dano mecânico causado pela cigarrinha, são outras doenças que a cigarrinha transmite para o milho como vírus e algumas bactérias”, detalha Tatiane.

O defensivo contra a cigarrinha, é uma mistura que também tem recomendação para mosca branca e percevejo marrom da soja, além disso foram registrados dois produtos microbiológicos contra a praga. Falando tecnicamente, o novo defensivo que consta no documento é uma mistura de Pseudomonas chlororaphis com Pseudomonas fluorescens e os dois produtos microbiológicos contam com a mistura de Bacillus amyloliquefaciens, Bacillus velezensis e Bacillus thuringiensis. Para ler a lista completa dos novos defensivos, é só clicar AQUI.

NOVO DEFENSIVO É UM ALÍVIO PARA O PRODUTOR?

Será que o registro desse novo defensivo vai aliviar a angústia dos produtores de milho que tiveram tantas perdas causadas pela cigarrinha?

“A gente tem expectativa de que isso seja mais uma ferramenta pra ser utilizada pelos produtores, para que a gente consiga resolver esses problemas. Então a expectativa é grande, espero que
venha de fato a auxiliar. Por se tratar de um produto que evoca alguns algumas resistências de ser um produto biológico, a gente sabe que o resultado dele não vai ser imediato, não vai colocar ali e vai resolver o problema dos produtores hoje. Produto biológico ele precisa de um tempinho. Então a gente sabe que depois desse tempinho, a resposta é muito maior e o ganho do produtor é muito maior. Então vamos usando os produtos da forma correta, fazendo com que a gente consiga ter lá na frente o ganho necessário de controle da praga. Porque assim, ele induz que a planta tenha resistência. Então ele sozinho não vai conseguir matar a praga, esses produtos eles são utilizados juntamente com outro biológico ou com outro produto químico que não venha a interferir no uso desse produto biológico”, explica Tatiane.

QUAL O PRÓXIMO PASSO?

Agora com a aprovação do novo defensivo, ainda existem algumas etapas até que a empresa comece a vender o produto e os agricultores possam ter acesso a ele.

“O Ministério da Agricultura registra um produto,  dá o aval para empresa começar a produzir e começar a colocar no mercado. Só que dentro da legislação brasileira cada estado é independente. Então, os estados eles fazem o seu cadastro de produtos pra serem utilizados ali. Porque o estado ele pode proibir determinados tipos de produto, então depende ainda das questões comerciais da empresa se ela vai ter interesse de comercializar o produto naquele estado. Tendo interesse, ela faz o cadastro dela naquele estado, por exemplo no Paraná, a empresa tem que fazer fazer o cadastro do produto dela no Paraná, e aí sim que ela vai poder colocar o produto disponível no comércio pra que os produtores possam ter acesso”, explica Tatiane.
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